quinta-feira, 11 de junho de 2009

A gente não quer meia só pela metade

Por: Leonardo Neves (Opinião)

A Guerra promete ser dura e longa, o debate interessante, e a espera de que se tome uma decisão que agrade todos os lados envolvidos na questão da lei da meia-entrada em eventos culturais e esportivos no país realmente é um combustível e tanto para uma analise de alguns pontos inseridos no assunto.

Empresários, produtores e organizadores de eventos, resolveram derramar lagrimas e se fazer de pobres coitados colocando a culpa pelos altos valores cobrados nos ingressos na meia-entrada. Por isso pedem providencias imediatas na lei em vigor, alterações como cota de 40%, ou padronização nacional da carteira de estudante, entre outras idéias mirabolantes.

De fato, o beneficio que propicia a estudantes, idosos e menores de doze anos pagarem metade do valor da entrada em eventos culturais e esportivos, garantido por lei, virou uma bagunça, muitas pessoas se valem da esperteza para coisas erradas e falsificam documentos para obter o beneficio. Só que a choradeira dos empresários não comove os mais atentos, pois se observarmos com cuidado, essa demanda de documentos falsificados só atingiu tal nível, pois a ganância fez com que os valores cobrados atingissem valores exorbitantes ao cumulo de um show do cantor italiano Andrea Boccelli, em Abril desse ano, ter valores como R$1500 ou R$900 na apresentação da cantora Madonna em Dezembro de 2008.

E quem não paga meia-entrada e não burla a lei falsificando documentos? Esse é o publico mais prejudicado, e que anda afastado dos eventos. E os que podem se dar ao luxo de pagar por valores por vezes surreais engordam a conta bancaria do promotores, afinal a tempos que não vejo um show internacional, por exemplo, com fracasso de publico, todos sem exceção sempre lotados e por diversas vezes esgotados. Que alguém venha me dizer que o pobre organizador esteja enxugando suas lagrimas em belas notas de 100.

Em alguns lugares como São Paulo existem leis estaduais que já limitam em cotas a venda de meia-entrada, e a idéia não agrada em sua maioria os jovens, pois como se trata de uma metrópole a população que tem direito ao benefício é de longe superior a porcentagem estabelecida, ou seja, chegue cedo e encare uma fila quilométrica ou pague inteira. Mas este tipo de ação praticada em Sampa, ja incomoda a justiça que se manifestou contrária a lei.

Porém considero um ponto de vista, afinal temos essa lei por ser uma país com tamanha desigualdade social que para uma enorme parcela da população brasileira conseguir ter acesso a cultura é necessário o uso de tal artifício, ou realmente nossos governantes são piedosos conosco em nos dar um presente como este. Indago dessa forma pois por ter tido experiência em outros países pude verificar que la fora não se trata de lei, não se trata de ser obrigatório, e sim da vontade do empresariado trazer o publico ao seu produto, até existem diversos descontos para estudantes e idosos, mas sem a exigência de ser 50% ou ter cota, fazem pelo interesse de ver seu evento ou produto consumido.

Vamos continuar acompanhando esse combate que promete, mas definitivamente o país tem prioridades maiores para serem discutidas, reformas mais importantes que a meia-entrada, questões inteiras que não queremos pela metade.


Saiba mais:

- Veja aqui as leis da meia entrada em cada estado

- Estudantes ainda lutam por meia-entrada

- Veja SP: Por que os ingressos custam tão caro?


Enquete:

Com valores tão altos cobrados ultimamente, você falsificaria um documento para se valer do beneficio da meia entrada?

( ) Sim. Esse empresários estão enfiando a mão, vai me dizer que isso também não é errado.

( ) Não. Um erro não justifica o outro, prefiro andar dentro da lei.


Fórum:

Quem está com a razão, os empresários ou os estudantes? Clique aqui e opine.

Nenhum comentário: